quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Poemas de Química

Pessoal alguns poemas do livro química poética super legal...




Combinados de variada maneira,
cento e dez átomos,
compõe minha deusa
em todos os lados.

Somos elementos químicos
sublimes em cada próton,
em cada nêutron,
em cada frêmito.

Sei que outros podem ter
o seu número atômico,
e que meu padecer
é estímulo, encanto.

Que posso fazer? Nada.
No núcleo do meu coração
coexistem partículas
de ódio e paixão.

Apenas sinto-as;
minha mente está inapta.
Desconheço os núcleons
que massificam minha devoção
a teus prótons e nêutrons.

Mas peço-lhe; não tenha dúvida:
qualquer padrão de massa apaixonada
é menor que a massa atômica
da minha ternura.

Adianta contabilizarem
que tais sentimentos antagônicos
estão a 10-4 angströn de diâmetro,
sem se repelirem?

Não cientistas, não.
Só posso amá-la
sem saber quão.



Volta, amo sua pilha
desde mil e oitocentos,
mas ela não confia,
diz que amor é teoria
e não dura tanto tempo.

Stoney, com classe,
diz que o que sinto não é mentira,
é átomo de eletricidade:
coisa que não se eterniza,
mas garante felicidade.

Por que não me dá valor,
nem crédito, nem respeito?
Consultes "O Espelho" de Machado:
"A melhor definição do amor
não vale um beijo
de um homem enamorado."

Meu globo ocular
é uma ampola de Crookes
sempre que me iludes
dizendo me amar.

O seu toque emociona,
forma uma sombra,
me cega,
se propaga em linha reta.

Seríamos felizardos
se fosses molinete de mica
e girasses de alegria
ao interceptar meus raios.

Ajude quem puder
este ser corpuscular!
Falem com essa mulher,
façam-na confiar!


Em breve mais poemas....
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